Versão de Pedro Dias é "atentado à memória das vítimas"

Patrice Gainsbourg
Fevereiro 16, 2018
Ação

Antes do período dedicado às alegações finais, no Tribunal da Guarda, Pedro Dias confessou ter disparado sobre dois militares da GNR, um dos quais morreu, mas negou a autoria do assassinato de um casal com que se terá cruzado durante a fuga. Quintela disse ainda que a versão apresentada esta quinta-feira em tribunal corresponde ao que o arguido lhe contou na altura em que se entregou às autoridades. "O meu objetivo era assustar com a arma, mas a arma disparou". Com a produção de prova no final, era aguardado que tal acontecesse no passado dia 5 de Janeiro.

Pedro Dias garante que, depois de algumas perguntas e várias suspeitas sobre a sua presença ali, um dos militares - neste caso Carlos Caetano - terá acertado com as algemas na mão e acusado o arguido de ser um "pilha galinhas" e de estar ali para roubar. Confrontada com o facto do advogado do militar António Ferreira ter dito que Pedro Dias fez duas tentativas de homicídio de carácter aos guardas Caetano e Ferreira, Mónica Quintela diz que Pedro Proença está preocupado porque as atenções também estavam centradas em António Ferreira.

Tiago Gonçalves, que representa Lídia da Conceição, disse não ter dúvidas de que a mulher foi sequestrada e violentamente agredida por Pedro Dias numa casa de Moldes, no concelho de Arouca.

Isto porque, acrescentou, o arguido sabia que estava referenciado no posto da GNR de Aguiar da Beira e que, depois de Carlos Caetano e António Ferreira serem encontrados, "iria ser um dos suspeitos". No entanto, terá sido aí que António Ferreira se atirou para cima dele e Pedro Dias, com uma arma na mão, disparou.

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De acordo com Miguel Miranda, a atual crise sísmica "ainda agora começou", não sendo para já "possível prever se vai haver abalos com maior intensidade".

Pedro Dias está a ser julgado pela prática de três crimes de homicídio qualificado sob a forma consumada, três crimes de homicídio qualificado sob a forma tentada, três crimes de sequestro, crimes de roubo de automóveis, de armas da GNR e de quantias em dinheiro, bem como de detenção, uso e porte de armas proibidas. A leitura da sentença ficou marcada para oito de março, às 14.30 horas. Segundo Pedro Dias, terá sido um dos militares da GNR, António Ferreira, a atingir a tiro os dois civis que viajavam na Estrada Nacional 229. A determinada altura, quando circulavam na EN229, entre Aguiar da Beira e Sátão, pediu para voltar atrás.

O advogado das famílias de Liliane e Luís Pinto, alegadamente mortos por Pedro Dias, acredita que o crime aconteceu para lançar a confusão na investigação. Quando se virou para António Ferreira já o viu fora da viatura, com a arma na mão, dando depois um tiro que não acertou em ninguém, contou. "Aí percebi que tinha acertado na face".

Mónica Quintela disse aos jornalistas não querer avançar a pena que considera justa para Pedro Dias, por entender que, depois de produzida a prova e feitas as alegações finais, o tribunal precisa "de recolhimento, de serenidade, para poder decidir". "Pensei dar um tiro na minha cabeça", afirmou.

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