Antes do período dedicado às alegações finais, no Tribunal da Guarda, Pedro Dias confessou ter disparado sobre dois militares da GNR, um dos quais morreu, mas negou a autoria do assassinato de um casal com que se terá cruzado durante a fuga. Quintela disse ainda que a versão apresentada esta quinta-feira em tribunal corresponde ao que o arguido lhe contou na altura em que se entregou às autoridades. "O meu objetivo era assustar com a arma, mas a arma disparou". Com a produção de prova no final, era aguardado que tal acontecesse no passado dia 5 de Janeiro.
Pedro Dias garante que, depois de algumas perguntas e várias suspeitas sobre a sua presença ali, um dos militares - neste caso Carlos Caetano - terá acertado com as algemas na mão e acusado o arguido de ser um "pilha galinhas" e de estar ali para roubar. Confrontada com o facto do advogado do militar António Ferreira ter dito que Pedro Dias fez duas tentativas de homicídio de carácter aos guardas Caetano e Ferreira, Mónica Quintela diz que Pedro Proença está preocupado porque as atenções também estavam centradas em António Ferreira.
Tiago Gonçalves, que representa Lídia da Conceição, disse não ter dúvidas de que a mulher foi sequestrada e violentamente agredida por Pedro Dias numa casa de Moldes, no concelho de Arouca.
Isto porque, acrescentou, o arguido sabia que estava referenciado no posto da GNR de Aguiar da Beira e que, depois de Carlos Caetano e António Ferreira serem encontrados, "iria ser um dos suspeitos". No entanto, terá sido aí que António Ferreira se atirou para cima dele e Pedro Dias, com uma arma na mão, disparou.
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De acordo com Miguel Miranda, a atual crise sísmica "ainda agora começou", não sendo para já "possível prever se vai haver abalos com maior intensidade".
Pedro Dias está a ser julgado pela prática de três crimes de homicídio qualificado sob a forma consumada, três crimes de homicídio qualificado sob a forma tentada, três crimes de sequestro, crimes de roubo de automóveis, de armas da GNR e de quantias em dinheiro, bem como de detenção, uso e porte de armas proibidas. A leitura da sentença ficou marcada para oito de março, às 14.30 horas. Segundo Pedro Dias, terá sido um dos militares da GNR, António Ferreira, a atingir a tiro os dois civis que viajavam na Estrada Nacional 229. A determinada altura, quando circulavam na EN229, entre Aguiar da Beira e Sátão, pediu para voltar atrás.
O advogado das famílias de Liliane e Luís Pinto, alegadamente mortos por Pedro Dias, acredita que o crime aconteceu para lançar a confusão na investigação. Quando se virou para António Ferreira já o viu fora da viatura, com a arma na mão, dando depois um tiro que não acertou em ninguém, contou. "Aí percebi que tinha acertado na face".
Mónica Quintela disse aos jornalistas não querer avançar a pena que considera justa para Pedro Dias, por entender que, depois de produzida a prova e feitas as alegações finais, o tribunal precisa "de recolhimento, de serenidade, para poder decidir". "Pensei dar um tiro na minha cabeça", afirmou.